O ano começa com uma das respostas mais aguardadas pelos fãs do amigão da vizinhança desde a polêmica saga Um Dia a Mais. Também tem a volta do Lacuna e Betty Brant tentando dar uma força na vida amorosa do herói. Tudo isso em Homem-Aranha #97, nas bancas desde a semana passada.A revista começa com 'Deu Branco', história escrita por Roger Stern, com desenhos de Lee Weeks e cores de Dean White. Na trama, o vilão Lacuna assalta um banco em que Tia May estava. A velinha liga para Peter Parker e pede ajuda. O sobrinho, como esperado, chega como seu alter-ego aracnídeo e confronta o assaltante, que acaba fugindo. O amigão da vizinhança então decide ajudar o FBI a prender o criminoso.
Quem não conhece o antagonista não precisa se preocupar. A origem e a motivação do Lacuna são bem explicadas, mas Roger Stern não consegue fazer o leitor se importar com o personagem. Pelo menos o roteirista não fez um serviço porco à la Jeph Loeb.
No que diz respeito à arte, Lee Weeks tem um traço que não chama muito a atenção. A falta de um arte-finalista, já que a função foi exercida pelo próprio Weeks, faz os desenhos passarem uma sensação de terem sido feitos com preguiça. O colorista Dean White mostra competência e adiciona bastante vida ao trabalho final.
'Deu Branco' é uma história bem mediana, daquelas que não empolgam muito. Leia sem expectativa.
O gibi continua com as duas partes de 'Mente em Chamas', escritas por Dan Slott, com desenhos de Mike McKone, arte-final de Andy Lanning e Dean White continua com autoria das cores. Este arco gerou muita expectativa para os fãs do herói, afinal prometeu explicar como Harry Osborn está vivo. A promessa foi cumprida, mas a explicação deixa a desejar.O soro que fez Harry Osborn obter poderes não havia tido um efeito venenoso no organismo do personagem, o matando? Foi o que acreditamos durante anos. Mas o polêmico arco Um Dia a Mais reformulou a vida do Homem-Aranha. Uma das mudanças foi a volta do segundo Duende Verde, que agora morreu, mas foi ressucitado pelo composto que deu poderes para ele. O personagem estava "chapadão no soro do Duende" ao dizer que a fórmula o estava matando. Quando o corpo foi levado ao necrotério, o paizão Norman Osborn contratou Mystério para forjar a morte de Harry, que ficou todo esse tempo na Europa, num processo secreto de reabilitação.
Fala sério, né? É uma resposta ridícula, mas já dava para esperar algo deste naipe. Afinal, Norman Osborn teve uma ressurreição semelhante. O vilão morreu durante um duelo com o Homem-Aranha, ferido letalmente pelo próprio planador. Acontece que a fórmula que deu os poderes ao Duende Verde original também garantiu um fator de cura, curando o maior antagonista do amigão da vizinhança. Depois disso, Norman forjou a própria morte e voltou só na odiada Saga do Clone.
A trama de 'Mente em Chamas' mostra Harry Osborn indo com Peter Parker à Jersey para resolver problemas com a ex-esposa Liz Allen. A bagunça esperada quando uma pessoa com seguro de vida volta dos mortos. Para completar, Mark Raxton, também conhecido como Magma, está com grandes problemas de saúde e sob cuidados da irmã Liz. Detalhe: ele odeia o ex-cunhado. Nem precisa dizer o que acontece quando Raxton descobre quem veio visitá-los, né?Dan Slott escreve este arco com certa competência, mas a explicação em torno da ressureição de Harry desanima o leitor. A arte é boa e as cores evoluíram se comparadas com a história anterior.
Antes de falar da última história, vale ressaltar o epílogo é péssimo. Um enorme clichê feito para deixar o leitor empolgado e curioso, mas beira o ridículo. Quem é o assassino dos rastreadores-aranha? Pelo jeito estamos prestes a descobrir.
Para fechar a edição com chave de ouro temos 'Platônico'. O roteirista Mark Waid volta à revista para mostrar como fazer uma boa trama. Ele é acompanhado por Barry Kitson nos desenhos, Mark Farmer na arte-final e Andres Mossa na colorização. Todos fazem um bom trabalho, principalmente Waid, o melhor escritor que a revista teve nesta fase pós-Um Dia a Mais.
A história deixa de lado os duelos com vilões super-poderosos para mostrar Betty Brant tentando ajudar Peter Parker a arranjar uma namorada. A expectativa da moça sobre qual surpresa o amigo faria no dia de seu aniversário. É uma trama leve, descompromissada e divertida. É por isso que funciona. Leia sem medo de ser feliz porque vale a pena.
Conclusão: Homem-Aranha #97 é uma edição que merece ser comprada só por causa da ótima história escrita por Mark Waid. Dan Slott frustra os leitores ao explicar o porquê de Harry Osborn estar vivo e Roger Stern faz uma trabalho fraco. Compre, mas somente depois de ter em mãos as outras mensais de qualidade maior.
16 de jan. de 2010
Homem-Aranha #97
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Concordo totalmente com você, não fosse a última história da revista poderia simplesmente joga-la fora.
Infelizmente para um fã do aracnídeo como eu é triste vê-lo em uma época tão fraca e com histórias cada vez mais deprimentes.
No mais, esperamos que o Reino Sombrio traga pelo menos alguma emoção extra para a revista, isso se influência-la.
A oscilação de qualidade da revista é algo que incomoda muito. Num mês você fica feliz com o material e no seguinte fica com raiva por ter comprado algo tão fraco.
Só nos resto torcer pela chegada de roteiristas mais competentes. Mas Mark Waid tem que ficar!
Blablabla Homem Aranha =S
Legal a resenha, me esforcei pra ler inteira, mesmo odiando esse djow aranha xD
o/
Eu sou uma pessoa que tem fé. Um dia vai cair alguem do céu e botar ordem no barraco! Organizarão as histórinhas direitinho, vão parar de CAGAR com o Peter, e por ultimo, mas não menos importante: vão parar de ressucitar TODO MUNDO! Amém! \o/
Postar um comentário