16 de jan. de 2010

Homem-Aranha #97


O ano começa com uma das respostas mais aguardadas pelos fãs do amigão da vizinhança desde a polêmica saga Um Dia a Mais. Também tem a volta do Lacuna e Betty Brant tentando dar uma força na vida amorosa do herói. Tudo isso em Homem-Aranha #97, nas bancas desde a semana passada.

A revista começa com 'Deu Branco', história escrita por Roger Stern, com desenhos de Lee Weeks e cores de Dean White. Na trama, o vilão Lacuna assalta um banco em que Tia May estava. A velinha liga para Peter Parker e pede ajuda. O sobrinho, como esperado, chega como seu alter-ego aracnídeo e confronta o assaltante, que acaba fugindo. O amigão da vizinhança então decide ajudar o FBI a prender o criminoso.

Quem não conhece o antagonista não precisa se preocupar. A origem e a motivação do Lacuna são bem explicadas, mas Roger Stern não consegue fazer o leitor se importar com o personagem. Pelo menos o roteirista não fez um serviço porco à la Jeph Loeb.

No que diz respeito à arte, Lee Weeks tem um traço que não chama muito a atenção. A falta de um arte-finalista, já que a função foi exercida pelo próprio Weeks, faz os desenhos passarem uma sensação de terem sido feitos com preguiça. O colorista Dean White mostra competência e adiciona bastante vida ao trabalho final.

'Deu Branco' é uma história bem mediana, daquelas que não empolgam muito. Leia sem expectativa.

O gibi continua com as duas partes de 'Mente em Chamas', escritas por Dan Slott, com desenhos de Mike McKone, arte-final de Andy Lanning e Dean White continua com autoria das cores. Este arco gerou muita expectativa para os fãs do herói, afinal prometeu explicar como Harry Osborn está vivo. A promessa foi cumprida, mas a explicação deixa a desejar.

O soro que fez Harry Osborn obter poderes não havia tido um efeito venenoso no organismo do personagem, o matando? Foi o que acreditamos durante anos. Mas o polêmico arco Um Dia a Mais reformulou a vida do Homem-Aranha. Uma das mudanças foi a volta do segundo Duende Verde, que agora morreu, mas foi ressucitado pelo composto que deu poderes para ele. O personagem estava "chapadão no soro do Duende" ao dizer que a fórmula o estava matando. Quando o corpo foi levado ao necrotério, o paizão Norman Osborn contratou Mystério para forjar a morte de Harry, que ficou todo esse tempo na Europa, num processo secreto de reabilitação.

Fala sério, né? É uma resposta ridícula, mas já dava para esperar algo deste naipe. Afinal, Norman Osborn teve uma ressurreição semelhante. O vilão morreu durante um duelo com o Homem-Aranha, ferido letalmente pelo próprio planador. Acontece que a fórmula que deu os poderes ao Duende Verde original também garantiu um fator de cura, curando o maior antagonista do amigão da vizinhança. Depois disso, Norman forjou a própria morte e voltou só na odiada Saga do Clone.

A trama de 'Mente em Chamas' mostra Harry Osborn indo com Peter Parker à Jersey para resolver problemas com a ex-esposa Liz Allen. A bagunça esperada quando uma pessoa com seguro de vida volta dos mortos. Para completar, Mark Raxton, também conhecido como Magma, está com grandes problemas de saúde e sob cuidados da irmã Liz. Detalhe: ele odeia o ex-cunhado. Nem precisa dizer o que acontece quando Raxton descobre quem veio visitá-los, né?

Dan Slott escreve este arco com certa competência, mas a explicação em torno da ressureição de Harry desanima o leitor. A arte é boa e as cores evoluíram se comparadas com a história anterior.

Antes de falar da última história, vale ressaltar o epílogo é péssimo. Um enorme clichê feito para deixar o leitor empolgado e curioso, mas beira o ridículo. Quem é o assassino dos rastreadores-aranha? Pelo jeito estamos prestes a descobrir.

Para fechar a edição com chave de ouro temos 'Platônico'. O roteirista Mark Waid volta à revista para mostrar como fazer uma boa trama. Ele é acompanhado por Barry Kitson nos desenhos, Mark Farmer na arte-final e Andres Mossa na colorização. Todos fazem um bom trabalho, principalmente Waid, o melhor escritor que a revista teve nesta fase pós-Um Dia a Mais.

A história deixa de lado os duelos com vilões super-poderosos para mostrar Betty Brant tentando ajudar Peter Parker a arranjar uma namorada. A expectativa da moça sobre qual surpresa o amigo faria no dia de seu aniversário. É uma trama leve, descompromissada e divertida. É por isso que funciona. Leia sem medo de ser feliz porque vale a pena.

Conclusão: Homem-Aranha #97 é uma edição que merece ser comprada só por causa da ótima história escrita por Mark Waid. Dan Slott frustra os leitores ao explicar o porquê de Harry Osborn estar vivo e Roger Stern faz uma trabalho fraco. Compre, mas somente depois de ter em mãos as outras mensais de qualidade maior.

4 comentários:

Risso disse...

Concordo totalmente com você, não fosse a última história da revista poderia simplesmente joga-la fora.

Infelizmente para um fã do aracnídeo como eu é triste vê-lo em uma época tão fraca e com histórias cada vez mais deprimentes.

No mais, esperamos que o Reino Sombrio traga pelo menos alguma emoção extra para a revista, isso se influência-la.

Felipe Maia disse...

A oscilação de qualidade da revista é algo que incomoda muito. Num mês você fica feliz com o material e no seguinte fica com raiva por ter comprado algo tão fraco.

Só nos resto torcer pela chegada de roteiristas mais competentes. Mas Mark Waid tem que ficar!

Neko Chan disse...

Blablabla Homem Aranha =S

Legal a resenha, me esforcei pra ler inteira, mesmo odiando esse djow aranha xD

o/

killthewords disse...

Eu sou uma pessoa que tem fé. Um dia vai cair alguem do céu e botar ordem no barraco! Organizarão as histórinhas direitinho, vão parar de CAGAR com o Peter, e por ultimo, mas não menos importante: vão parar de ressucitar TODO MUNDO! Amém! \o/